segunda-feira, 13 de julho de 2015

Blá blá blá sobre começo

No início do ano comprei um caderno novo, desses pequenos e bonitos com um elástico pra fechar. Prometi que esse ano eu iria falar mais (e com falar, eu quero dizer escrever, que é minha forma de me manifestar) e ser mais ouvida (ouvida = lida). Passou janeiro, acabaram as férias e o caderno em branco. Eu encarava a primeira página, sabia que tinha coisas pra falar e precisava ser "ouvida". Apenas adiava. Enrolei com a parte de falar até fevereiro e a novela continuou pra parte de ser ouvida. Talvez na outra semana ou mês que vem ou no próximo ano se o tempo estiver bom. Adiei até hoje, quando criei vergonha na cara e vim ver o que já tinha escrito no caderno.
Olha, me surpreendi com a quantidade de páginas ocupadas. Muitas linhas rabiscadas, muitas setas e um post-it rosa dizendo "inspire, expire". Muitos sentimentos, muitos sonhos e algumas lágrimas em determinada página. Coisas escritas com a grafite, com caneta azul, preta, rosa e vermelha. Desenhos nos cantos das páginas, datas sem sentido e alguns escritos com letra de médico que eu não consegui decifrar. Mas eu percebi que em cada canto tinha um fragmento de mim querendo ser ouvido. Percebi que não podia adiar mais.
Peguei a espada e resolvi matar o dragão. Sozinha, sem armadura, com medo. Mas eu vim. Falar e guardar pra si é algo muito fácil de fazer. Difícil é se expressar pros outros. Surgem mil perguntas na minha cabeça, algumas completamente sem sentido, mas outras que só aumentam meu medo. Só que único jeito de descobrir as respostas é seguindo em frente. Então lá vou eu. Olhando nos olhos do dragão e encarando o medo. Já sou um pouco crescida, então fica feio voltar correndo pra cama no meio da noite. Não posso ter medo pra sempre. Resolvi pular de cabeça e vou fazer isso em várias coisas da vida. Chegou a hora de começar a agir.

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